À mídia.
No dia 18 de julho de
2016 fora escrito na página oficial da mídia o artigo “Grande
Inimigo da Atualidade” por Mateus Gildo e Vitória Macedo, cujo objetivo seria
de criticar o Partido Educacional Social Democrata (PEPSD) e mostrar seu
posicionamento diante do mesmo. Neste foi citado, dentre outras coisas, o
seguinte trecho:
“No partido em
questão, pode se ver que em seu estatuto, é fortemente pontuada a luta contra
as desigualdades sociais, introdução sobre culturas diferentes, diálogos sobre
questões econômicas e sociais, mas se formos mais a fundo, percebe-se que isso
tudo não passou de uma farsa e que ao longo dos anos, nada em questões do tipo
foram devidamente corrigidas.
Não ficou bem claro para nós, integrantes da mídia sobre
qual seria a real reforma social que tanto falam em seu estatuto, melhor
dizendo, como é que vão fazer para acabar com toda essa desigualdade social
presente em nossa sociedade atual? Será que eles sabem o que estão fazendo?
Será que o partido está realmente pronto para agir de tal forma? Porque de
certa forma, o que está a se fazer, é escondê-las pois ao passar do
tempo, isso que o PESPD vem tanto “defendendo” em sua jornada, está apenas
sendo mascarado através de reais posicionamentos, como é que querem por um fim
em tudo isso se no final das contas, defendem a propriedade privada?
Concluímos esse nosso posicionamento com uma simples
pergunta: Quais são os reais defensores da liberdade?”
A partir
do referido trecho, representando o partido em questão, viemos atrás deste
comunicado trazer uma réplica às afirmações feitas pela mídia, com o intuito de
esclarecer as questões postas e de apresentar nossa posição sobre a mesma.
No
começo do trecho afirma-se que nossa luta, e assim, a luta dos partidos Sociais
Democratas contra as desigualdades sociais e o diálogo sobre questões
econômicas são apenas uma farsa quando olhadas a fundo, pois estas não foram devidamente
corrigidas ao longo dos anos pelos países que aderiram a Social Democracia como
ideologia política.
Se
faz necessário destacar antes de tudo, que os países no qual esta afirmação se
refere são os chamados Países Nórdicos, sendo eles, Dinamarca, Islândia,
Noruega, Suécia e Finlândia. Estes estão dentro dos 20 países com o maior IDH
do mundo – Índice este concebido pela ONU (Organização das Nações Unidas) e
utilizado para avaliar o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida de uma
população –, estando a Noruega inclusive em 1º lugar da lista. Outro ponto de destaque
é que dentre os países com melhor coeficiente de Gini – Índice de medição de
desigualdade social e concentração de renda, dado pelo Banco Mundial – estes
países se encontram entre os países mais igualitários do mundo.
Tendo
isso em vista soa no mínimo equivocada a afirmação sobre a farsa na correção
destas questões, pois como mostram os dados anteriores fornecidos pela ONU e
pelo Banco Mundial, basta uma pequena interpretação para visualizar que estas
foram mais que solucionadas, sendo o modelo Social Democrata Nórdico e os
países que o adotam “provavelmente os mais bem governados do mundo” segundo
artigo do jornal The Economist publicado
em 2013.
Nós
visamos, assim como estes países, o Estado de Bem-Estar Social (Welfare State), assegurando a prestação
dos direitos humanos básicos e garantido uma mobilidade social, maior igualdade
social, de gênero e de renda. Assim, nossos futuros planos de governo,
incluindo as reformas sociais que pretendemos trazer à tona, virão com o intuito
de trazer estes objetivos para contexto do nosso país, planos estes que ainda
não foram divulgados, o que explica a não compreensão por parte da mídia a
respeito dos mesmos, que supostamente estariam em nosso estatuto, como descrito
no início do segundo parágrafo do trecho anteriormente citado:
“Não ficou bem claro para nós, integrantes da
mídia sobre qual seria a real reforma social que tanto falam em seu estatuto”
Posteriormente
neste mesmo parágrafo há um ponto de discordância que se faz necessário esclarecer.
O trecho do mesmo afirma estarmos escondendo “algo”, e que “isso” que tanto
defendemos está mascarado através de nossos reais posicionamentos, pondo em
seguida um questionamento sobre como pretendemos pôr um fim em “tudo isso” se
defendemos a propriedade privada.
Apesar de repetidos
esforços para o entendimento do referido trecho no que diz respeito ao “algo”
que estamos supostamente a esconder, não chegamos a um consenso, porém
acreditamos referir-se à desigualdade social, e assim basearemos nossa resposta
nesta crença.
Primeiramente, é
possível notar a ideia equivocada que a mídia tem da ideologia política de
nosso partido, o que pode ter sido causado por uma falta de análise mais
profunda de nosso Estatuto ou, o que é mais provável, a falta de conhecimento
acerca das diferenças entre a Social Democracia Clássica e Contemporânea, e
seus modelos implementados na vida real. Esta ideia equivocada se mostra na afirmação
de defendermos a propriedade privada, ser contraditório à buscarmos a igualdade
social. Assim, gostaríamos de pontuar a diferença entre as duas sociais
democracias citadas.
A Social Democracia
do final do século XIX seria a Clássica. Inicialmente representava a demanda da
classe trabalhadora, e os primeiros partidos de massa são partidos sociais
democratas, adotando uma política de esquerda e defendendo algumas ideais do
socialismo.
Com a vitória dos
bolcheviques na Revolução Russa ocorre uma diferenciação entre os comunistas
liderados pelos soviéticos, que passam a defender a revolução socialista, e a
social democracia clássica, que vai cada vez mais se afastando da ideia de
revolução, vai passar a adotar uma política de centro-esquerda em primeiro
momento.
Com o passar do
tempo, ela vai renunciando cada vez às ideias revolucionárias e vai começar a adotar
um programa que tende mais ao centro, e até mesmo em alguns casos como na
Inglaterra, França e Espanha, tenderá a uma política mais liberal, ou
centro-direita.
Então, a principal
diferença entre a social democracia clássica para a contemporânea, é que a
clássica tinha um referencial ideológico claramente de esquerda, e ainda
acreditava na revolução, mas a contemporânea caminha mais para a direita,
renunciando à referência teórica do marxismo e todo o caráter revolucionário.
Assim, gostaríamos
de afirmar de forma clara que nós defendemos a social democracia em sua
vertente contemporânea, e assim, não é para nós contraditório defender a
propriedade privada e a igualdade social, pois diferente do que deixam a
entender, não somos a favor da total socialização de todos os meios de produção
(o que iria totalmente contra a ideia de propriedade privada), mas sim de um
controle maior dos meios de produção privado, assegurando os direitos
trabalhistas e o bem estar social, podendo em alguns casos sermos a favor da
estatização (principalmente parcial) de algumas empresas.
Por fim,
gostaríamos de pontuar acerca do título do artigo “Grande inimigo da
atualidade” e de sua pergunta posta no final sobre quais são os reais
defensores da liberdade. No começo do texto no qual fora destacado o artigo é
feita a seguinte afirmação:
“Hoje em dia,
existem muitas questões sobre como podemos melhorar o mundo em que vivemos ou
gostaríamos de viver. Muitas pessoas na sociedade atual pensam e repensam sobre
quem possa vir a serem seus reais inimigos.”
A partir disso, temos o entendimento de que o objetivo do título somado a
isto, tem o intuito de nos relacionar de forma a por nossa ideologia política
como inimigo da atualidade, e da sociedade. Isto tão irônico quanto a afirmação
de que a social democracia não conseguiu na história alcançar nenhum sucesso no
quesito de igualdade social. Afinal não poderíamos nós sermos inimigos da
sociedade, sabendo que os países que adotam a ideologia que defendemos são,
pelo contrário, os mais igualitários e focados nas questões sociais, e no
bem-estar da população.
E para concluir com a questão dos reais defensores da liberdade, só
podemos questionar o significado de liberdade para àqueles que escreveram o
artigo em questão, pois a nós, liberdade é viver sem distinção de gênero,
etnia, sem ser discriminado por sua origem, tendo condições de fazer suas
escolhas sabendo que não importa quem seja, sempre terá as mesmas oportunidades
reais, como a de todos os outros que o rodeiam, de viver sua vida feliz, da
forma que mais lhe convém. É nisso que acreditamos, é essa realidade que
buscamos; alcançá-la-emos.